domingo, 21 de novembro de 2010

Fábula

Vivemos no efêmero mundo de seres desumanos e fragmentados consumidos por suas próprias ações autofágicas, autodestrituvas e parasitas. Caminhamos num universo de relações deturpadas, corrompidas e mecanizadas. Sem exceção!
Tudo que nos restou foi um "elo perdido" de ventríloquos e marionetes, que alteram seus papeis e sentimentos eloqüentemente, toda via alienado de sua própria condição. Cruzam-se freneticamente mas não se vêem cegos.
Batem-se, se tocam mas não sentem  uns aos outros, anestesiados.
Tão pouco sente dor, nem ruim e nem bom, anósmicos. Gostos são quase todos desgostos, agenesia. As palavras não chegam aos ouvidos, pois mal ultrapassam os lábios.
A grande e intransponível muralha desumana esta posta. Edificando em carne, ossos, vísceras e sangue.
O ser desumano é o grande imperador em seu Império de Alienações.
Cegueira é inconsciência da existência de um mundo que seja maior que a cicatriz que se carrega no ventre.    

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